Ao longo do ano pensamos num tema para escrever um conto partilhado pelas turmas do 1º ciclo do agrupamento.
O tema escolhido foi o Tejo, pois ele estava muito poluído e isso era motivo de grande preocupação.
Iniciámos pesquisas e a aventura começou...
Foi muito interessante e enriquecedor, a nível da produção escrita, enriquecimento dos conhecimentos sobre o rio (fauna, flora, afluentes, percurso, ...etc) e de partilha entre turmas.
“Uma Aventura no Tejo” - Conto on-line
Capítulo I
Na Escola Básica de Gavião, na sala
oito, a turma do quarto ano estava a apresentar trabalhos sobre o rio Tejo. Estavam
muito preocupados com a poluição do rio. Investigaram em grupos e fizeram
algumas descobertas preocupantes. O rio estava doente! Estavam a despejar
produtos químicos e lixo, em grandes quantidades, as plantas e os animais
estavam a morrer. De repente, batem no vidro de uma das janelas, todos olharam para
ver o que é…
Um pombo-correio!?
A professora foi abrir a janela. «O
que quereria ele?»
Trazia uma mensagem presa numa das
patas. A professora retirou a mensagem, com muito cuidado. O pombo ficou ainda
algum tempo no parapeito da janela, depois abalou.
Abriu-se a mensagem e leu-se com muita
atenção. O que seria?
A mensagem dizia:
«Amiguinhos, tenho uma missão para vocês, sei que
conseguirão. Vão de hippotrip até à barragem do Fratel, mas têm de passar no
Alamal. Na barragem mudarão de transporte, estarão lá uns tubarões mágicos,
eles saberão o caminho e terão umas plantas mágicas, que vos permitirão
respirar debaixo de água. Terão que se segurar bem nas celas para não caírem.
Boa viagem “ Além Tejo”
A turma aceitou a missão, embora
alguns alunos tivessem medo dos tubarões.
No dia 29 de Fevereiro de 2016, às 9 horas em ponto
chegou o hippotrip, toda a turma estava reunida na entrada da escola, as
professoras Adriana e Fátima já tinham chegado. O senhor diretor também veio
para se despedir de nós e nos desejar boa viagem.
Todos na escola estavam fascinados
com aquele transporte e curiosos com o que ia acontecer.
Entrámos entusiasmados e muito ansiosos
no hippotrip. Dissemos adeus a toda a gente. Finalmente a nossa missão ia começar!
O
anfíbio entrou no rio, alguns meninos gritaram com medo que este se afundasse,
outros olhavam com muita curiosidade.
Como era uma viagem
diferente, os meninos resolveram levar os telemóveis, máquinas fotográficas e
de filmar, também levaram algumas GoPros.
Admirámos
a paisagem e adorámos ver os chorões que pareciam beijar o rio, o sol refletia-se
e pintava-o com tons diferentes. Era uma paisagem incrível e um momento único!
Os patos-reais
acompanharam-nos até à barragem do Fratel.
O
hippotrip saiu do Tejo, subiu até à estrada junto à barragem.
Todos comeram o lanche, que levavam
nas suas mochilas.
Dirigiram-se depois à margem esquerda
do rio. Quando chegaram viram vinte e um tubarões, eram amigáveis, fortes e
ágeis.
Todos
se sentaram, cada um no seu, segurando-se muito bem nas selas que eles tinham.
Os tubarões, que também eram mágicos,
informaram-nos que era imprescindível comer as plantas que eles traziam num saquinho,
só assim poderíamos respirar com eles.
Rapidamente
chegámos às portas de Ródão, parámos subitamente porque um gigantesco peixe-gato
se atravessou no nosso caminho…Os tubarões num ápice o devoraram.
Apanhámos um susto, mas a pequena paragem
permitiu-nos observar algumas das muitas espécies de aves que ali viviam (grifos,
águias – perdigueiras, gaviões, narcejas, bufos-reais, milhafres-reais e
papa-moscas).
Ficámos impressionados, fascinados e
até emocionados com a paisagem e com toda aquela fauna tão diversificada!
Porém,
o rio estava tão poluído!
Ficámos preocupados e tristes. “Temos que fazer
qualquer coisa!” “Vamos tratá-lo na nascente, colocaremos lá a poção mágica.”
Continuámos
a nossa fantástica e incrível viagem, uma aventura inesperada.
Eram 15 horas quando chegámos à serra de Albarracim. Lá
os tubarões transformaram-se em drones.
Saímos
dos drones, dirigimo-nos todos à nascente e a professora Fátima deitou lá a
poção mágica.
Turma do 4º ano da E. B. de Gavião
Portas de Ródão
Albarracin
Capítulo II
Mas a poção
mágica não resultou e o rio ficou na
mesma.
Então a
professora Adriana resolveu telefonar à professora Ana Maria a pedir
ajuda. Chamou novamente o hippotrip para
ir buscar os meninos da Comenda. E assim aconteceu...
Eram
9 h em ponto e estávamos todos curiosos com a chegada do hippotrip. Tínhamos
pela frente uma missão muito importante: salvar o rio Tejo.
- Bip , bip…
- O hippotrip
chegou!- Disse o Afonso.
- Como será?
- Perguntou a Carolina.
- Já vês! - Respondeu
a professora.
Em poucos
minutos o hipotrip chegou à beira rio e entrou. Ninguém teve medo, porque já tínhamos
visto uma notícia no computador sobre este transporte anfíbio.
- Professora,
o rio Tejo está todo poluído e os peixinhos estão doentes. Disse o André.
Quando
chegamos à serra de Albarracim os nossos colegas esperavam-nos com ansiedade.
Era urgente resolvermos o problema do nosso rio.
Saímos do
hippotrip e a Maria tropeçou num objeto.
O que seria?
Com uma pá
escavámos e vimos que estava enterrada na terra uma garrafa com uma mensagem
que dizia : “Enhorabuena !Encontraron la
solución que nos permita tomar la contaminación del rio Tajo .Está escritas en
la posterior de este mensaje.
Firmado :El
wonk.”
Ficámos
surpreendidos porque a mensagem estava escrita em espanhol.
Afinal
encontrávamo-nos em Espanha. Mas agora surgia outro problema.
Como iriamos
traduzir a mensagem?
O Miguel
Rosa lembrou-se que os tubarões
mágicos que ajudaram a turma do
4º ano de Gavião a subir a serra,nos poderiam ajudar.
- Boa ideia! Disseram
todos em coro.
Para os
nossos amigos tubarões, a tarefa era fácil.
De repente,
um deles transformou-se num computador e no écram estava
traduzida a mensagem: ”Parabéns!
Encontraram a solução que vos permitirá tirar toda a poluição do rio Tejo , está escrita no verso desta mensagem .
Assinado : O Sabichão”
Turma da E.B. Comenda
Capítulo III
No verso
estava escrito:
“ Esta
mensagem é apenas o princípio de um longo caminho que terão de percorrer pelas
margens do rio, observando tudo com muita atenção. Só o trabalho e a ajuda de
todas as pessoas que o Tejo ajuda o conseguirão ajudar! Assinado: Sabichão“.
Que mensagem
tão esquisita!
O Afonso e o
André disseram logo que o melhor era chamarem a turma do primeiro ano, porque a
mensagem falava em muita gente.
Então a
professora Ana telefonou para a escola, a pedir a nossa ajuda. Combinámos que íamos
no autocarro da Câmara até ao Alamal e o hippotrip estaria lá, depois do
almoço, para nos transportar.
-
O que é o Alamal?- perguntou o Miguel H.
- É uma praia
que fica no rio Tejo.- Explicou a Vera.
- No verão,
gosto muito de ir lá com a minha família- disse o Dinis.
- Eu também
vou, com o meu mano e costumamos brincar na água e na areia-disse a Jade.
- E andamos
de barco! - exclamaram o Francisco e o Tomás.
- E comemos
gelados! -disse o Santiago.
O Rodrigo
queria ir mostrar a fonte do Lagarto e a cascata ao Miguel.
Nessa altura,
chegou o autocarro e lá fomos nós até ao Alamal…
Deixámos as
mochilas debaixo de um enorme chorão e corremos pelo areal, para irmos até à
beirinha do Tejo.
- Olhem o
castelo de Belver!-disse a Leonor M..
Todos os
meninos estavam encantados com aquela paisagem maravilhosa.
Foi então que
o João gritou:
- A água está
cheia de espuma!A poluição já chegou ao Alamal!Temos de avisar toda a gente!
- Vamos
buscar pás e tirar a espuma! -sugeriu o Tomás.
- Mas só com
pás, não conseguimos tirar esta espuma toda! -falaram o Miguel M. e o Miguel C.
- Temos de
encontrar outra solução – disse a Leonor C.
- Também
devíamos pedir às pessoas para não deitarem lixo para o rio-disse o Tiago.
- E impedir
que despejem no rio as coisas velhas que têm em casa-lembrou o João.
- A minha mãe
disse-me que em Vila Velha de Ródão há uma fábrica que deita lixo para o rio.
Se calhar é isso que faz a água ficar poluída. -Disse a Jade.
- Chegou o
hippotrip! Vamos ter com os outros meninos para ajudar a salvar o Tejo, antes
que seja tarde demais!
Turma
do 1º ano da E. B. de Gavião
Capítulo IV
Os alunos do
1.º ano entraram para o hippotrip e, passado pouco tempo, juntaram-se aos
colegas que esperavam por eles. Os professores reuniram para fazer o ponto da
situação e pensar na forma de ajudar o rio Tejo. Concluíram que, para além de
usar os elementos mágicos ao dispor, o melhor era contactar diretamente as
pessoas que vivem nas margens do rio para que estas deixassem de poluir e
ajudassem na limpeza das águas. Mandaram uma mensagem aos colegas do segundo
ano para que estes iniciassem a tarefa.
Os alunos
reuniram e decidiram fazer um destacável para entregar aos habitantes das
margens do rio. Decidiram ainda que se dividiriam em dois grupos: um, iria
contactar os habitantes e fábricas da margem direita, o outro, os da margem
esquerda.
O primeiro
grupo começou logo a preparar os destacáveis e o segundo a pesquisar quem vivia
nas margens. Iriam preparar um roteiro para que não ficasse ninguém por
contactar.
Decidiu-se
que um grupo ficaria com as povoações de Belver, Torre Cimeira e Ortiga e o
outro grupo iria para Concavada, Alvega, Casa Branca, Areia, Lampreia e Gavião.
Começaram os
preparativos para continuar a grande aventura. Informaram os colegas que
estavam em Espanha do que iriam fazer. Como a área a trabalhar é extensa,
teriam necessidade da ajuda dos tubarões mágicos para se transformarem em
drones e assim, fazerem o trabalho mais rápido. No entanto, os alunos do segundo
ano estavam curiosos sobre o hippotrip e também queriam experimentá-lo. Ficou
combinado que fariam uma viagem pelo Tejo, logo que este ficasse limpo e com
águas claras que permitisse ver os peixes a nadarem felizes no seu ambiente.
Quando os
destacáveis ficaram prontos, numa manhã de primavera, equipados a rigor, os
alunos juntaram-se no campo de jogos da escola à espera dos drones. Quando
estes chegaram, entraram e partiram paras os destinos combinados.
Regressaram à
noitinha cansados e desiludidos. Tinham sido bem recebidos mas verificaram que
eram demasiadas pessoas para tão poucos alunos. Decidiram pedir ajuda aos
colegas do terceiro ano.
Turma do 2º ano da E.B. de Gavião
Capítulo V
Os meninos do 3º ano aceitaram a
proposta e na manhã seguinte lá foram de hippotrip ter com os colegas do 2º ano
para ajudar na distribuição dos destacáveis.
A nossa turma teve uma ideia,
entregar os destacáveis a toda a população das margens do rio. Para tal,
chamámos os animais mágicos. Eles apareceram, a viagem começou e cada aluno foi
transportado por um animal.
A viagem foi fantástica! Todos os
alunos adoraram embora alguns ficassem pálidos e um pouco enjoados porque os
animais andam e saltam muito rápido.
Os meninos tocavam no corpo do animal
mágico, este parava e eles iam entregar os destacáveis às pessoas e os animais
aproveitavam para recarregar as baterias.
À medida que nos aproximávamos da
nascente uma luz brilhava. O que seria?... Fomo-nos aproximando e vimos uma
magnífica árvore, metade prata e metade ouro. Os meninos ficaram muito
admirados e fascinados!!
A professora Fernanda com os seus
óculos grandes viu uma mensagem colada numa folha reciclada. Abriu a mensagem e
estavam lá desenhadas duas imagens, uma mão grande e uma árvore.
Ficaram todos a pensar... Resolveram
um a um, todos os alunos do 1º ciclo colocar a mão sobre a árvore. Mas não
resultou! Até que chegou a vez da professora Fernanda... Qual foi o espanto!...
Abriu-se o tronco da árvore e surgiu um túnel com um escorrega. Só se ouviram
gritos, gargalhadas de alegria que fizeram eco e os colegas que estavam junto à
nascente ouviram e vieram a correr ver o que se passava.
Admirados e muito curiosos, os
meninos do 2º e do 3º ano entraram no túnel e começaram a escorregar!
No final do escorrega estava um largo com uma
máquina desconhecida… Numa teia de aranha estava pendurada uma carta a indicar
o nome da máquina e o modo de funcionamento dela.
O João esticou o braço e apanhou a
carta, leu-a em voz alta e todos os meninos ficaram a saber que aquela era a
máquina Limpa-rios.
O Afonso Silva e o Ivo encostaram-se
à parede e sentiram uma coisa a tocar nas costas e de repente caíram para trás
porque uma porta enorme e ferrugenta se abriu. Surpresa total!!! Surgiram muitas máquinas Limpa-rios, uma para
cada um.
Todos os presentes se dirigiram a uma
máquina, ligaram-na num botão vermelho e naquele instante abriu-se uma abertura
no teto do túnel e todos saíram por ali.
A limpeza vai começar!!!
Uns alunos iam pelo ar, outros por
terra e outros por água, limpar o rio Tejo. Cada máquina Limpa-rios tinha estas
três funções e tinham também um detetor de lixo e um aspirador de poluição.
Os Limpa-rios eram fantásticos e
diferentes, até pareciam foguetões a entrar dentro de água! Andavam num vai e
vem apanhando lixo junto às margens dos rios, à tona de água e nas profundezas.
Nunca paravam, estavam sempre a trabalhar e quanto mais lixo aspiravam mais
rápidos ficavam porque o lixo servia-lhes de energia.
As crianças achavam-lhe muita
piada!!!
Com o empenho de todos, numa semana,
o rio Tejo ficou limpo, desde a nascente até à foz incluindo também os seus
principais afluentes: rio Guadiela, rio Algodor, rio Gévalo, rio Ibor, rio
Almonte, rio Salor, rio Sever, rio Sorraia, rio Jamara, rio Guadarrama, rio
Alberche, rio Tiétar, rio Alaón, rio Erges, rio Pônsul, rio Ocreza e rio
Zêzere, para que estes não o voltassem a poluir.
Alguns alunos tiveram a ideia de chamar os
responsáveis da fábrica de Vila Velha de Ródão e os senhores aceitaram o
convite.
No dia seguinte, juntaram-se a nós no
Alamal para fazerem uma viagem de Limpa-rios e verem o resultado do nosso
trabalho. Ficaram tão fascinados que até prometeram comprar máquinas não
poluentes!!!
Os meninos ficaram muito satisfeitos,
resolveram até fazer uma festa e convidar a população dos concelhos próximos de
Gavião e os empresários da fábrica.
Depois de saberem que já tinham sido
montadas as máquinas novas na fábrica de Vila Velha de Ródão e para terem a
certeza que nunca mais aquela fábrica poluiria o rio Tejo, a turma do 3º ano
foi cortar o cano do esgoto e tapou a saída com uma enorme pedra que foi colada
com cola à prova de água.
Chegou o dia 8 de junho, o dia
escolhido para a festa… Pelas 9h saímos da escola de autocarro para fazermos a
caminhada até ao Tejo. Chegámos lá cansados e muito cheios de calor mas como o
Tejo estava limpo pudemos disfrutar das suas águas e divertimo-nos a andar de
canoa, de cisne, de barco, de mota de água, de Limpa-rios, de hippotrip, a
nadar, andar de escorrega e nos insufláveis aquáticos e até a pescar...
A certa altura começaram a ouvir
música... Aos poucos, cada um foi saindo de dentro de água e aproximando-se da
areia... Que sons seriam aqueles? Surpresa!!!
O senhor diretor e a sua banda estavam em palco e tinham iniciado um
concerto para agradecer a todos os amigos do rio Tejo o que fizeram por ele.
Ficaram todos muito felizes, a dançar
e a gritar: Amamos o rio Tejo! Amamos o rio Tejo!
Turma do 3º ano da E.B. de Gavião